segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Vou tentar outra vez...

E assim começamos a semana...
Uma boa semana para todos!
Temos de nos apaixonar todos outra vez!



Um deste dias vou poder
apaixonar-me outra vez
sem me importar de saber
se vai durar um ano ou um mês

Correr e saltar num dia
depois não dormir tranquilo
pensar que o amor é isto
e descobrir que afinal é aquilo

Já não há canções de amor
como havia antigamente
já não há canções de amor

Um destes dias vou ser capaz
de encontrar a felicidade
avançar em marcha atrás
ir de verdade em verdade

Dizer que o amor é aquilo
que ontem estava descoberto
e ver que o fim duma paixão
espreita sempre um deserto

Já não há canções de amor
por não haver quem acredite
já não há canções de amor
por não haver quem acredite

E vós almas tão ingénuas
cujo amor não tem saída
que buscais nas tolas canções
o açúcar que adoça a vida

Não percebeis que é o engano
que prova que há uma chance
acertar à primeira não é humano
é a essência do romance

Já não há canções de amor
como havia antigamente
já não há canções de amor
vou investigar o caso
com o máximo rigor
tirar a limpo a verdade
que há nas canções de amor
vou saber se ainda é possível
escrever canções de amor


domingo, 12 de setembro de 2010

(Im)pulso...

"Nunca nos devemos arrastar quando sentimos um impulso para voar"
Helen Keller



sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Era uma menina...

Tinha agora o coração frio, duro e sem pulsação, tal e qual um morto!...
Em tempos passados chamava-se de sonhadora e lutava para que outros acreditassem também nos seus sonhos. Revoltava-se, até, com quem chamava de tolice e ignorantes aos seus próprios sonhos. Não entendia, porque compreendia e via bem claro como tudo era possível e por isso bonito...

Agora, está deitada sobre a face da terra, sem movimento, sem expirar nem inspirar nenhuma partícula do ar.
Perdeu o gosto em respirar. Respirar é viver. Perdeu o gosto em viver.
A menina prendeu-se nos sonhos, mas nunca acreditou muito no seu coração.
Sempre o achou pequenino e desengonçado. Construiu-se assim... frágil.
Era muito mimada e nunca soube guardar decentemente um mimo para depois o partilhar.
Dizia-se muita coisa. Dizia-se tímida, dizia-se envergonhada, dizia-se incapaz. E assim foi-se dizendo e escondendo, num in no qual dizia acreditar.

Agora, diz-se incapaz de amar. Tola ela, mas é assim que se sente. Revoltada e tola.
Não sabe amar porque não acredita. Não acredita nos outros, não acredita nela mesma.
Os outros parecem-lhe feios, arrogantes e orgulhosos.
O coração dela está feio, arrogante e orgulhoso.
Passou do criticar ao julgar, passou do dar ao tirar...
Parece uma peça velha à espera de ser comprada numa feira de velharias qualquer.

O coração está encorrilhado. Falta-lhe o calor para suavizar...
E o calor voltará quando a menina aprender tudo de novo.
O calor voltará quando a menina decidir.
Voltará quando existir encanto pelo mundo, quando sorrir porque o coração lhe está a fazer cócegas, quando olhar para ela e vir algo de bonito. Ele estará presente quando a menina acreditar que nunca vai encontrar todos os pedaços do seu coração para o recompor. Alguns partem-se, rasgam-se, outros simplesmente já nem encaixam, no entanto, o coração bate na mesma porque está lá o essencial. A menina precisa encontrar o essencial. O coração, esse, recompor-se-á com pedaços, pedaços que a menina encontrará pelo seu caminho e pedaços vindos dos outros. A menina precisa acreditar nos pedaços dos outros...

Nesse dia, que um dia será Agora, a menina voltará a respirar, o peito começará a bater, o sorriso a esgaçar, os olhos a brilhar e as mãos e os braços a baterem contra o vento... e a menina voará...

Um dia será possível ver, como a menina rasga os céus e uma nuvem com a forma de acreditar...
Como é essa forma? Não sei, mas um dia a menina saberá...