Recordo-me de quando andava no básico...
Aconteceu pelo menos duas vezes...
Lembro-me de um pequeno pássaro ter entrado por uma janela, da sala, onde eu me encontrava a ter aulas, esvoaçando...
O pequeno pássaro, dando-se conta de que não estava num bom local para ele (afinal de contas, não era o seu habitat) começou a dirigir-se para locais onde era possível ver-se o sol, começou à procura de saídas...
Como para o mundo dos pássaros os vidros são coisas desconhecidas e sem importância, e por isso mesmo, para eles, invisíveis, o delicado pássaro nos sítios onde existiam janelas (onde ele julgava não existir nada, apenas uma saída para o seu mundo), esbarrava-se e embatia fortemente contra os vidros.
Mas o mais engraçado é que com a grande vontade que ele possuía de se libertar, ele não se deixava ficar por ali…
Bateu pela primeira vez…caiu…levantou-se.
Bateu pela segunda…caiu…levantou-se.
Bateu, bateu…caiu e caiu…e levantou-se, até que depois de algum esforço conseguiu libertar-se para o mundo.
Lembro-me que até ele se ter conseguido "libertar", havia uma enorme algazarra, feita de risota e gargalhadas na sala de aula...
Ao lembrar-me deste episódio, dei-me conta de que nós, humanos, constantemente batemos contra janelas de vidro...mas, que ao mesmo tempo, agimos de uma maneira bem diferente da do pássaro...
Constantemente, deixamos as nossas asas apodrecerem.
Batemos uma vez (às vezes permitimos mais uma ou duas, não mais...), e depois de caídos, não nos levantamos mais...
Não nos levantamos, porque custa...porque acabamos por preferir o chão frio que nos espera depois da queda, ao sol radiante que por nós chama lá fora, só por preguiça...porque doeu e não queremos que doía mais...e também porque não queremos pôr nas nossas cabeças, que a dor é um sentimento como tantos outros, e que apenas precisamos de harmonizar com ela para que tudo seja mais fácil...
Fugir-lhe nunca foi solução, pois ela estará sempre connosco, mesmo se acabarmos por preferir ficar no chão frio…
Ouvimos por vezes, tal como houve naquele dia, naquela sala, risotas e gargalhadas quando insistimos em querer sair de um cubículo que nos prende...riem-se de nós por querermos ser livres...
Mas tu...não te deixes vencer por isso, e por nada...
Para que queres tu as tuas asas?
Não as deixes apodrecer…
Voa…e continua a voar…não pares...
Se queres chegar ao azul do céu, terás de superar as vertigens e as correntes de ar, tal como as poeiras que por lá andam…
E por favor…tenta não ficares tantas horas ao espelho olhando o teu bico achatado pelo embate no vidro…vais ver que um dia até te vai ser útil tê-lo assim…
Aconteceu pelo menos duas vezes...
Lembro-me de um pequeno pássaro ter entrado por uma janela, da sala, onde eu me encontrava a ter aulas, esvoaçando...
O pequeno pássaro, dando-se conta de que não estava num bom local para ele (afinal de contas, não era o seu habitat) começou a dirigir-se para locais onde era possível ver-se o sol, começou à procura de saídas...
Como para o mundo dos pássaros os vidros são coisas desconhecidas e sem importância, e por isso mesmo, para eles, invisíveis, o delicado pássaro nos sítios onde existiam janelas (onde ele julgava não existir nada, apenas uma saída para o seu mundo), esbarrava-se e embatia fortemente contra os vidros.
Mas o mais engraçado é que com a grande vontade que ele possuía de se libertar, ele não se deixava ficar por ali…
Bateu pela primeira vez…caiu…levantou-se.
Bateu pela segunda…caiu…levantou-se.
Bateu, bateu…caiu e caiu…e levantou-se, até que depois de algum esforço conseguiu libertar-se para o mundo.
Lembro-me que até ele se ter conseguido "libertar", havia uma enorme algazarra, feita de risota e gargalhadas na sala de aula...
Ao lembrar-me deste episódio, dei-me conta de que nós, humanos, constantemente batemos contra janelas de vidro...mas, que ao mesmo tempo, agimos de uma maneira bem diferente da do pássaro...
Constantemente, deixamos as nossas asas apodrecerem.
Batemos uma vez (às vezes permitimos mais uma ou duas, não mais...), e depois de caídos, não nos levantamos mais...
Não nos levantamos, porque custa...porque acabamos por preferir o chão frio que nos espera depois da queda, ao sol radiante que por nós chama lá fora, só por preguiça...porque doeu e não queremos que doía mais...e também porque não queremos pôr nas nossas cabeças, que a dor é um sentimento como tantos outros, e que apenas precisamos de harmonizar com ela para que tudo seja mais fácil...
Fugir-lhe nunca foi solução, pois ela estará sempre connosco, mesmo se acabarmos por preferir ficar no chão frio…
Ouvimos por vezes, tal como houve naquele dia, naquela sala, risotas e gargalhadas quando insistimos em querer sair de um cubículo que nos prende...riem-se de nós por querermos ser livres...
Mas tu...não te deixes vencer por isso, e por nada...
Para que queres tu as tuas asas?
Não as deixes apodrecer…
Voa…e continua a voar…não pares...
Se queres chegar ao azul do céu, terás de superar as vertigens e as correntes de ar, tal como as poeiras que por lá andam…
E por favor…tenta não ficares tantas horas ao espelho olhando o teu bico achatado pelo embate no vidro…vais ver que um dia até te vai ser útil tê-lo assim…
Escrevo para ti…mas também para mim…
Aos poucos, vou tentando ser um pássaro cada vez mais livre...
Foto: Pedro Moreira http://www.olhares.com/pedroxm
2 comentários:
"apenas precisamos de harmonizar com ela para que tudo seja mais fácil..."
Dizias relativamente à dor.
Mas efectivamente achamos a birra mais produtiva e fechamo-nos no nosso umbigo, na nossa gaiola.
Ser um pássaro livre é uma tarefa complicada, mas deve ser gratificante, não?
Vou tentar, só por amanhã...
e depois...
Aninhas...tá linddooo!! =)
Sim...sê um pássaro cada vez mais livre...eu acredito em ti e sei que consegues!!!!
Anda lá...opa.....vamos a mais uma "levantadela" ;o)
Enviar um comentário