sexta-feira, 29 de junho de 2012

"É a Vida!" [40]

Existem também LUTOS PROIBIDOS!
São lutos que não são aceites socialmente como o caso de pessoas homossexuais, com modificação de identidade, casos de infidelidade, pessoas com SIDA e casos de violação e abortos. Lutos que se dão de forma oculta, dolorosa e solitária...



A relação com a menopausa ou a amputação de um seio, muitas vezes, são exemplos de PERDAS OCULTAS!


É importante o rito, uma demonstração pública do luto para melhor aceitação da realidade! É importante a expressão de sentimentos, a partilha, sem o sentimento de culpa... 


Existe um bloqueio à bondade humana
pela discriminação e situação social!


É uma amputação ao amor, não permitirmos que os outros vivam e sintam por não "validarmos" o seu amor...

Quem ama à margem passa a ter uma homofobia interna!
No luto proibido quem nos rouba os ente queridos não é a morte, mas a própria vida...

Na sociedade somos o vírus que quisermos e contagiamos com homofobia ou com compaixão...

A falta de apoio social, o não ter quem se sente para chorar com, leva muitas vezes a um luto dito patológico...
Os homossexuais têm muitas vezes necessidade de ocultar a relação e quanto mais vulnerável a pessoa maior a discriminação.

O ter de silenciar o que lhes dá sentido à vida!

Os pais quando descobrem podem apresentar uma resposta emocional repugnando o próprio filho, uma resposta cognitiva que os leva a pensar na aceitação e/ou  uma resposta comportamental acabando por colocar o filho fora de casa!
Muitas vezes os pais, numa primeira fase, negam-se a aceitar e perguntam para si "porque é que ele nos contou?", de ressentimento sobre "porque nos fez ele isto" e de culpa perguntando"que fizemos de mal?" Posteriormente, numa segunda fase, surge a preocupação de "o que vão dizer os nosso vizinhos?" e "será que podemos contar à nossa família?".


Nos casos de pessoas com SIDA existe ainda, muitas vezes, associado o pensamento de que a pessoa afectada levou uma vida promiscua.
A atitude da sociedade perante a pessoa deveria ser uma aceitação incondicional... "eu não me importo o que viveste ou como viveste, eu respeito e vejo a tua dor como algo sagrado. A mim não me importa!"


Quando são casos de infidelidade, em que ocorre a morte do amante, pode surgir ainda a situação de desprotecção dos filhos e a falta de uma "herança" emocional como fotografias e objectos...
No aborto, a necessidade do perdão, que se torna difícil pela baixa auto estima...
Nas violações, o silêncio que lhes está associado!


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