quarta-feira, 30 de junho de 2010

Grrrr...


Tenho vivido experiências fortes de encontro com os outros...
Têm sido experiências que têm exigido muito de mim, e que, às vezes, até chegam a custar, porque nem sempre estamos virados para os outros, há aqueles dias em que viramos tipo borboleta no seu casulo...

E é tão difícil aceitar o contraste, de chegar ao fim de um dia e "discutir-te", estar junto dos que te tratam formalmente...
Estou tão cansada e até magoada...
Estou com medo...

Eu acho que eles não sabem falar de ti, não podem saber...
Conseguem mesmo deixar-me com medo de falar e de chegar a dizer tais barbaridades sobre ti...

É nestes momentos que me apetece deixar as palavras e mostrar-te apenas, abrindo as mãos...
Mas depois também não tenho vontade de o fazer...

Perco a vontade de tudo...
Tiram-te todo o sabor...
E tu tens tanto...
Eu acho que tens, eu acredito que tens...

Caramba, porque é esse sabor que me faz mexer...
E estas coisas todas, pelo contrário, fazem-me querer ficar estática...

Sinto revolta...
Acho que é bom...
Eu SINTO, não estou morta...
Ainda não morri...

Oh Deus, sopra sobre mim e faz com que a Ruah me transforme...
Molda-me, faz-me de novo...

Faz com que ela me torne forte para desistir...
Que ela me torne forte para ser rebelde e desobediente...

Faz-me CAPAZ...
E transforma esta vontade de chorar em acções...

Despedaçada...
Pega em tudo partido e faz-me de novo... bondade... ao teu jeito...

É tudo gasto com as estruturas...
É tudo gasto com as leis dos homens...
É tudo gasto com tanta formalidade e formatação...

Põe-me de novo a caminho...
Faz-me querer voltar...

E obrigada por esta experiência dos últimos dias, de poder dar, de te poder mostrar, sem grandes explicações...
Obrigada pela experiência humana que acredito divinizada...

E obrigada pela senhora Helena, que partiu mas deixou comigo o seu olhar. Obrigada por ela sem saber ter partilhado comigo o seu rosto. Sem ter ouvido uma única palavra, guardo o olhar e tudo aquilo que o seu rosto falava.


E andamos nós afinal preocupados com o que?
Abre-me os olhos e põe-me a caminho...

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